quarta-feira, 20 de janeiro de 2016


Sempre que o ano inicia, mais um Big Brother Brasil começa! Em pensar que até a economia caiu, mas o "Grande Irmão", como diz o Militante, ainda resiste após subestimar toda uma geração já de olho na próxima. Acho que deve ser o único país que ainda exibe depois do boom mundial que teve, no começo do milênio. 

Mas não me faço de inocente. Todo mundo já deu uma espiadinha ou assistiu temporadas inteiras. É da essência humana a curiosidade pelo próximo e não há vergonha nisso, se não fosse assim não haveria interações. Só não olhe demais e faça da sua vida esse universo. De resto, vamos seguindo e ojerizando vendo onde ou quando vai parar!

E se você adora reality shows, saiba que nem todos são feitos só de festas e competições expositoras. Na Itália, acontece um BBB diferente. Trata-se do Masterpiece (Obra Prima), um programa que visa descobrir grandes escritores dessa geração. Os romancistas sentam-se em frente aos computadores num grande auditório e tem a missão de redigir um texto de ficção no tema apresentado em apenas 30 minutos enquanto um relógio gigante cronometra cada segundo perdido. 

Telas enormes exibem o que eles escrevem enquanto escritores consagrados comentam suas atuações. O programa é apresentado pelo Canal Rai 3 em parceria com a já tão conhecida por aqui FremantleMedia. E mesmo parecendo com um pesadelo para os escritores, dezenas de candidatos disputam por um contrato para publicar pela Bompiani, uma das editoras mais tradicionais do país.

Além de escrever sob pressão, o participante tem que executar outras tarefas como declamar trechos de livros e abordar diretores de editoras poderosas com seus manuscritos. No fim do episódio, o melhor é selecionado para a grande final e escritores renomados dão dicas para escrever melhor.

Mas nem tudo são flores! Como todo reality show, o programa causa polêmica, pois críticos acusam-no de vulgarização da literatura, superexposição dos candidatos e insulto a criação literária. A principal pergunta na qual se baseiam é: "E, afinal, que espécie de obra-prima da literatura surgiria de um reality show?".

Toda essa polêmica não impediu que na edição de 2015, 5 mil candidatos mandassem rascunhos de romances em busca de uma vaga, correndo o risco de serem acusados de exibicionistas e buscadores de fama. Mas há reality shows para todos: de supermodelos a chefes mirins, então por que não para escritores?

Se gostamos tanto de dar uma espiadinha, que seja ao menos combinado a algo de conteúdo diferente do que estamos acostumados. Lembrando que seria mais uma oportunidade de divulgação e crescimento da escrita e da literatura tão mal tratadas nesse país. 


Fonte - Site Bookstart - Matéria de 14/01/2015. 

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